De sete estúdios de transmissão audiovisual localizados no Centro de Mídias da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), na capital, as aulas são transmitidas simultaneamente para salas de aula em três mil comunidades rurais dos 62 municípios amazonenses.
O Amazonas é pioneiro nesse tipo de ensino, tendo lançado as primeiras turmas ainda em 2007. Desde então, o programa vem avançando e se tornou um grande aliado do Governo do Estado para garantir que o ensino regular chegue aos pontos mais remotos do Estado.
Nas comunidades rurais atendidas pelo Centro de Mídias, cada uma das salas de aula está equipada com um kit tecnológico composto por antena VSAT bidirecional, roteador-receptor de satélite, cabeamento, microcomputador, webcam com microfone embutido, TV LCD 37 polegadas, impressora a laser e no break. O Governo do Estado também contrata serviço especializado de comunicação via satélite para garantir a transmissão e recepção das aulas.
Na capital, o Centro de Mídias, é equipado com estúdios de TV modernos de onde professores capacitados com especialização, mestrado e até doutorado, ministram aulas que são transmitidas via satélite para as salas de aula nas comunidades. “A tecnologia permite que professores e alunos interajam como se ambos estivessem no mesmo espaço físico”, destaca o secretario estadual de Educação, Rossieli Silva.
Ele ressalta que, entre um prêmio e outro nacional e até internacional, o programa, que começou apenas com o Ensino Médio, avançou ao longo do tempo e hoje atende também ao Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano, à Educação de Jovens e Adultos (EJA), ao ensino de línguas estrangeiras e à formação de professores das redes estadual e municipal de ensino. A formação de professores faz parte do Pacto pela Educação, lançado este ano pelo governador José Melo, que visa melhorar os índices de educação no Estado.
Mas, para o secretário de Educação, a maior vantagem do Ensino Mediado tem sido mesmo garantir o aprendizado onde as condições jamais permitiriam, seja pela questão das distâncias, seja pela falta de professores e até mesmo a baixa demanda.
“Uma sala de aula precisa ter, no mínimo 12 professores para ter as 12 disciplinas hoje previstas no currículo. Para uma turma de 15 a 20 alunos, financeiramente é impossível manter esse número de professores. Então, nos locais aonde o Centro de Mídias chega não existiam atendimento para o Ensino Médio e muitas vezes do 6º ao 9º ano. Esse projeto não funciona sem o professor tanto o do estúdio quanto o presencial”, observa.
Na sala de aula das comunidades rurais os alunos são acompanhados pela figura do professor presencial, que ajuda a tirar as dúvidas, aplica as provas e ajuda no processo de interação com o professor que está no estúdio.
Para o professor Alexandre dos Santos , que ministra aula de matemática pelo sistema Presencial com Mediação Tecnológica, os recursos tecnológicos empregados durante as aulas compensam a barreira de não poder estar de frente para o aluno. “A gente tem aqui vários mecanismos como o chat para tirar as dúvidas e trabalhamos sempre em dupla. Enquanto um professor está dando a aula, o outro está cuidando do chat. Eles vão fazendo as perguntas lá e, ao mesmo tempo, nos vamos tentando responder”, explicou.
Outro recurso que pode ser utilizado pelo aluno para tirar dúvidas é portal do programawww.centrodemidias.am.gov.br , onde todas as aulas ficam disponibilizadas, bem como os DVDs onde as aulas são armazenadas em módulos e podem ser revistas a título de complementação de atividade.
Segundo o professor, Emerson Marão, que também ministra aula de Matemática, o maior desafio de tornar um conteúdo interessante para o aluno que está do outro lado da tela é o fato de não poder olhá-lo no olho e sentir a sua reação. O que é superado pelos recursos da tecnologia que acabam tornando a aula ainda mais interessante. “A aula consegue atingir seu objetivo. Com esforço de todos, o planejamento bem feito e a dedicação de toda uma equipe, a gente consegue desenvolver o trabalho com excelente perfeição e objetividade”.
Premiado – O programa tem uma trajetória de prêmios em âmbito nacional e internacional, tendo recebido por quatro vezes a premiação e-Learning Brasil (2008/ 2009/ 2010/ 2011); um prêmio de Inclusão Digital, na categoria especial educação da Revista A Rede (2009); um prêmio como Tecnologia Social, da Fundação Banco do Brasil (2011); um prêmio de referência nacional do Prêmio Learning & Performance Brasil (2012/ 2013/ 2014). Além de três prêmios internacionais, sendo dois na Espanha e um no Qatar (2009), todos na área de inovação tecnológica na educação.